12.12.15

Amor VIII

Amor VII

Do jardim, levei Alexandra a minha casa. A presença da mulher adorada na casa de um celibatário, actua como a música e o vinho. Em geral, começa-se a falar do futuro com uma suficiência e um presunção sem limites. Fazem-se projectos, planos, fala-se com calor da subida ao generalato, mesmo quando se é simples aspirante, em suma, dizem-se parvoíces tão eloquentes que é necessário que a interlocutora esteja muito apaixonada e ignore tudo da vida, para acenar afirmativamente.
Felizmente para os homens, as mulheres apaixonadas estão sempre cegas pelo amor e não conhecem nada da vida. Não contentes de aprovar com a cabeça, empalidecem, aterrorizadas, enchem-se de veneração e bebem com avidez todas as palavras do maníaco. 
(...)  

Amor, Anton Tchekhov