1.9.18

O frio é a porta do desaparecimento, a proximidade do não-ser


«A poesia portuguesa da sua geração teve relações próximas com a  espanhola, uma ligação que depois se atenuou e que agora talvez esteja a regressar com os autores mais novos. Manteve, ou mantém, contacto com poetas portugueses?

Conheci alguns. Na minha longínqua juventude, até tive Miguel Torga em Leão. E dedicou-me um livro, ele que nunca fazia dedicatórias. Escreveu: “a António” e assinou “T.”.


Dedicatória, sim, mas não exageremos…

[Risos]. Mas também conheci pessoalmente Mário Cesariny. E embora nunca o tenha encontrado, troquei correspondência com Herberto Helder: uma pessoa talvez um pouco difícil, mas um grande, grande poeta. E há o caso muito triste do Luís Miguel Nava, que era visita de minha casa.»


|entrevista a Antonio Gamoneda in Público - 22.02.2014|