«A poesia portuguesa da sua geração teve relações próximas com a espanhola, uma ligação que depois se atenuou e que agora talvez esteja a regressar com os autores mais novos. Manteve, ou mantém, contacto com poetas portugueses?
Conheci alguns. Na minha longínqua juventude, até tive Miguel Torga em Leão. E dedicou-me um livro, ele que nunca fazia dedicatórias. Escreveu: “a António” e assinou “T.”.
Dedicatória, sim, mas não exageremos…
[Risos]. Mas também conheci pessoalmente Mário Cesariny. E embora nunca o tenha encontrado, troquei correspondência com Herberto Helder: uma pessoa talvez um pouco difícil, mas um grande, grande poeta. E há o caso muito triste do Luís Miguel Nava, que era visita de minha casa.»
|entrevista a Antonio Gamoneda in Público - 22.02.2014|