Contra a cultura como leitura pobre do mundo, o sujeito de Photomaton & Vox opta por uma cosmovisão relativista e proclama a necessidade de reinventar o real: "É preciso inventar de novo o edifício palpável das convenções". A formulação é ambígua: as convenções não podem ser inventadas de novo, se inventar é negar convenções; por outro lado, considerar que toda a convenção está destinada à destruição e à renovação implica que o texto se apresente como transitoriedade: o "edifício palpável das convenções" nunca atinge consistência. Seria preciso saber se o humor "negro" herbertino alvança a criação de valores, se a empresa crítica de Photomaton & Vox se transcende numa etapa construtiva.
/Esquecer Fausto: a fragmentação do sujeito em Raul Brandão, Fernando Pessoa, Herberto Helder e Maria Gabriela Llansol, de Pedro Eiras [que adquiri primeiramente, porque continha quatro dos meus]/