25.10.15

esta noite, que é como quem diz, agora.

O que eu desejava, realmente, era ir, esta noite, morrer à tua porta. Mas mora lá tanta gente que tu podias pensar que eu não tinha morrido à tua porta. Se ao menos o teu quarto tivesse uma varanda. Ou se praticasse a técnica da transferência e vivesse as imagens da substituição… ou se sinceramente amasse a minha analista. Não sublimo os desejos por incapacidade. E recalco mais este. Não posso, como desejava realmente, ir morrer à tua porta. Fico a gemer. Se, ao menos, tu morresses!

Linha de Linho, Vila Real, 1983