- Eleanora, o que pensas, já o deixei de pensar. Não te deixes iludir porque pequenas palavras podem ter a sombra de grandes. Provavelmente, o movimento dessa força, que julgas imensa, é ainda quase inexistente.
- Não posso, Anna. Há uma voz, no exterior, que se cruzou com a minha, a minha pobre voz sem lugar, e ainda tem força para «onde estás, meu amor», perguntei, mas a minha intenção firme, e silenciosa, era deixar de pronunciar, definitivamente, qualquer destas palavras porque são um véu transparente que asfixia o meu discernimento, mas não posso, Anna.
Lisboaleipzig
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