Grito o teu nome
e se as formigas já comem a terra nos meus lábios
Tu dizes vive
gravitando cada vez mais longe
cada vez mais dentro
do meu círculo de veias
As palavras enterram-se
na minha voz
porque tu és o corpo que abandono sempre
sem querer sem o saber ainda
Mas é possível
ir além das imagens
ou no interior delas afugentar a morte
Escuto o teu rumor de espaço vivo
e fujo como um prisioneiro
que pressente o seu corpo de claridade
[2013]
«Estou vivo e escrevo sol»