19.7.15

Tríptico

I
Fosses tu um rio e eu
um seixo
lançado por mãos hábeis
para te tocar a pele
uma vez
e outra e outra e outra.
E mergulhar em ti.

II
Ponho as mãos em concha
debaixo da torneira e penso:
Como seria bom que aqui estivesses
e a abrisses.

III
Fosses tu o mar
e eu pedra que submergisse em ti
brotando anéis concêntricos de pequenas vagas
como para te circunscrever
num abraço
inteiro.