24.12.18

O Tchekista (a "minha" segunda história de natal para este ano)

Mas uma qualquer força o atraía na direcção dos cinco homens nus, e virou para eles a cara e os olhos. O lume no cachimbo estremeceu. Um choque doloroso atingiu-lhe os ouvidos. As peças de carne branca e crua abateram-se  no chão. Os tchekistas, com os revólveres fumegantes, afastaram-se logo para trás e fizeram estalar os cães das armas. As pernas dos fuzilados agitavam-se convulsivamente. O gordo, com um guincho sonoro, respirou pela última vez. Srúbov pensou: «A alma existirá ou não? Será talvez a alma que sai assim com um guincho?»


/Vladimír Zazúbrin, O Tchekista/