13.1.16

felicidade

Eu não consigo imaginar uma maior felicidade que aquela que sinto
ao estar contigo durante todo o tempo, sem interrupção, infinitamente,
mesmo que sinta que aqui neste mundo não existe nenhum lugar sem
perturbações para o nosso amor, tanto aqui na aldeia como em qualquer
outro sítio; e eu sonho com um túmulo, profundo e estreito, onde podemos
apertar-nos um ao outro com os nossos braços como se fossem ganchos, 
e eu esconderia o meu rosto em ti e tu esconderias o teu rosto em mim,
e ninguém jamais nos iria ver nunca mais. 

Franz Kafka, in O Castelo